Desvios equivalem a uma escola reformada por mês
R$ 25 MILHÕES
Fraudes privam a população de obras e serviços indispensáveis
FILIPE SANCHES
Da Redação
Se fosse aplicado na reforma de escolas, o dinheiro público desviado dos cofres da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) por meio de contratações fraudulentas, num esquema que está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, seria possível reconstruir dez estabelecimentos de ensino a cada ano.O montante desviado dos cofres públicos com a nomeação de funcionários fantasmas, laranjas e com a retenção de tíquetes-alimentação, em desvios que, segundo se estima, podem superar os R$ 25 milhões nos últimos cinco anos, possibilitaria, por exemplo, a reforma, em dois anos, de toda a perna sul da Alça Viária, a estrada que liga a Alça Viária à PA-252 e leva aos municípios de Acará e Bujaru. Refazer o trecho de 47 quilômetros, hoje tomado pelos buracos e pela lama, custará R$ 37,3 milhões.
Estima-se que entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão eram desviados da folha de pagamento de funcionários da Alepa a cada mês. Segundo levantamento preliminar do Ministério Público Estadual, esse foi o volume de desvios na folha de pagamento da Assembleia nos anos de 2008 e 2009, período em que a presidência da Casa era ocupada pelo deputado Domingos Juvenil (PMDB). A conta dos últimos dois anos é milionária: se calculado a partir do menor valor, R$ 800 mil, o acumulado dos desvios nos dois anos em que o peemedebista ocupou o cargo somaria R$ 19,2 milhões.
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